I Seminário Mídias e Tecnologias na Educação à luz da Pedagogia Espírita

 
O Instituto de Filosofia Espírita do Ceará vem convidar-lhes para um evento inédito no Movimento Espírita do Ceará; é o I Seminário Mídias e Tecnologias na Educação à luz da Pedagogia Espírita.
Este seminário visa à divulgação de estudos acerca das tecnologias educacionais e o seu potencial de contribuição para o desenvolvimento dos Espíritos encarnados. Serão tratados temas como: Mídia e Consumo, Uso de aplicativos para pessoas com deficiência visual, Software Livre e educação, Alienação pela mídia, etc. Os palestrantes serão: Prof. Filipe Caldas (Filosofia/UECE), Jackson de Castro (Filosofia/UECE e NTE), Ana Siomara (Psicologia/UNIFOR) e Leno Pinheiro (Pedagogia/UECE e IPE). O evento ocorrerá no dia 13 de novembro de 2010, das 8:00 às 18:00, no Grupo Espírita Meimei (Av. José Leon, 2035, Cidade dos Funcionários). Os interessados podem inscrever-se presencialmente no Grupo Espírita Meimei ou no IFEC, ou efetuar o pagamento via conta bancária (Bradesco - Conta Poupança: 0053960-0 / Agência: 1379-0) para o credenciamento no primeiro dia do evento. A inscrição ainda dará direito a almoço no local do evento.

Mais informações pelo e-mail: ifecfilosofia@hotmail.com

PROGRAMAÇÃO:


Manhã
8:00 - Credenciamento
8:30 – Apresentação do IFEC e do Seminário – Lúcia de Fátima Sousa Feitosa –presidente do IFEC.
8:40 às 10:15 – Palestra de Abertura – Web 2.0 e Educação: a Inteligência Coletiva na construção pós-moderna do conhecimento virtual - Jackson de Castro (UECE)
10:15 às 10:30 – Intervalo
10:30 às 11:45 – Debates Filosóficos –  Liberdade como fundamento de evolução - Leno Pinheiro
11:45 às 13:00 – Intervalo para o almoço
Tarde
13:00 às 13:40 – Debate sobre o vídeo O Buraco no muro - Lúcia Feitosa e Jackson de Castro
13:40 às 15:00 – Mesa Redonda: “Trabalhos Acadêmicos: Teoria e Prática da Pedagogia Espírita” -  Ana Siomara – Grupo de Educação para o Consumo e Mídia - UNIFOR
15:00 às 15:15 – Intervalo.
15:15 às 16:40 – Palestras e Debates - Uso do DOSVOX na Educação de pessoas com Deficiência VisualJackson de Castro (IFEC/UECE/NTE)
16:40 às 17:50 – Palestras e Debates – Mass Mídias e Humanismo – Prof. Filipe Caldas (UECE) 
18:00 – Encerramento – Prece Final

Apresentação do Seminário Nosso Lar

 O Seminário Nosso Lar foi realizado com sucesso no último dia 09 de outubro; agradecemos a todos que contribuíram para a realização do evento, bem como aos participantes. Fiquem com Deus!

 

Seminário Estudos Filosóficos na Obra Nosso Lar - de André Luiz

 
Caros amigos-irmãos de ideário espírita ou espiritualista, saudações fraternas,

O Instituto de Filosofia Espírita do Ceará, vem lhes convidar para mais um evento relevante para o movimento espírita cearense. Através do seu projeto Filosofia Itinerante, que visa a divulgação da Filosofia Espírita, o IFEC irá realizar, no próximo dia 09 de outubro, o Seminário Estudos Filosóficos na Obra Nosso Lar, de André Luiz. Este seminário visa o debate acerca dos problemas filosóficos postos nesta valorosa obra espírita, questões como Lei de Causa e Efeito, Lei do Progresso, Materialismo e Egoísmo, serão tratadas neste evento, em diálogo com outros filósofos que possam contribuir para o debate, como Sócrates, Platão, Sartre e Lévinas.

Temos vagas para cinquenta pessoas para o seminário; o evento ocorrerá no Grupo Espírita Meimei, sito à Av. José Leon, 2035, Cidade dos Funcionários, e ocorrerá das 14:00 às 17:00, numa agradável tarde de sábado. O expositor será Jackson de Castro, graduando em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará.  Não será cobrada taxa de inscrição, no entanto, pedimos a colaboração dos participantes para a doação de dois quilos de aliemento não perecível, a fim de que sejam doados à Comunidade Che Guevara, comunidade muito carente situada em Messejana, e assistida pelas nossas obras sociais. As inscrições podem ser feitas no seguinte link: cique aqui!

Se o link não abrir, basta copiá-lo na barra de endereços do seu navegador.

Mais informações estão contidas no convite, em anexo deste e-mail. Desde já agradecemos a todos pelo interesse e ajuda na divulgação de mais um evento espírita, que mostra o dinamismo do movimento espírita cearense.

Paz e Luz!

Jackson de Castro
INSTITUTO DE FILOSOFIA ESPÍRITA DO CEARÁ
www.ifecfilosofia.blogspot.com
Estagiário Multiplicador do Centro de Referência do Professor

I Seminário Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade - UFC


Caros,
esse com certeza é um evento de muita relavância para a digulgação da cultura de paz na educação, na construção de um mundo mais justo e digno para nós outros, Espíritos encarnados que almejam a falicidade e o progresso. O IFEC participará do seminário com uma Oficina no dia 05 de novembro, às 14:00. Vale a pena participarmos! Valorizemos a paz e a concórdia na grande família dos filhos de Deus!

Apresentação do Seminário
Este seminário, possui como objetivo principal, socializar saberes e experiências relacionados a questão da paz e da espiritualidade, propondo através de mesas, debates e oficinas espaço de formação e reflexão em prol de semearmos uma cultura de paz nos dias 03, 04 e 05 de novembro de 2010 com a participação de professores, médicos, jornalistas, sociólogos e estudantes. Além de troca e construção de saberes, formaremos multiplicadores para a paz ativa.

A participação no evento não será cobrada, mas solicitamos aos inscritos a doação de um pacote de leite em pó, a ser levado no primeiro dia do evento, junto ao credenciamento, que será doado à Casa Jeremias localizada na Rua Bento de Albuquerque, 535. no bairro do Cocó, em Fortaleza. A Casa de Jeremias é um abrigo que acolhe crianças de forma temporária ou definitiva que se encontram em complicações quanto a guarda paterna.

O evento ocorrerá entre os dias 03, 04 e 05 de novembro no Auditório Valnir Chagas, Faculdade de Educação - UFC. Endereço: Rua Waldery Uchoa, n 1. (Com entrada também pela Rua Marechal Deodoro, basta seguir na treze de maio em direção ao benfica, ao chegar no IFET, antiga Escola Técnica entra-se na primeira rua a direita).
Veja o Mapa:

Para maiores informações ou esclarecimentos sobre o seminário escreva para o e-mail: culturadepazufc@yahoo.com.br

Programação


Quarta – Feira, 03-11-2010
08h00min às 10h00min – Credenciamento
09h30min – Apresentação – Profª Kelma Matos (UFC)
09h45min – Mesa de abertura com o tema – Educação, Espiritualidade e Cultura de Paz – Profª Ângela Linhares (UFC), Prof. João Figueiredo (UFC), Profª Kelma Matos (UFC)(Mediadora)
11h00min – Troca de Idéias
11h15mim – Ciranda da Paz – Profª Ângela Linhares (UFC)

14h00min – Mesa com o tema – Mídia e Educação, Contribuições Para Uma Cultura de Paz – Jornalista Marta Aurélia (Rádio Universitária), Prof. Francisco Souto Paulino (Agência da Boa Notícia), Profª Rosa Macedo(UFPI) (Mediadora)
15h00min – Troca de idéias
15h15min – Intervalo
15h30min – Mesa com o tema Mediação de Conflitos na Escola – Sra. Antônia Lima Sousa Promotora de Justiça (MPU-CE), Profª Sínara Mota (Mediadora)
17h30min – Troca de idéias

Quinta – Feira, 04-11-2010

08h00min – Mesa com o tema – Cultura de Paz, Saúde e Qualidade de vida – Dr. Cláudio Roberto de Azevedo, Dr. Dary Oliveira, Drª. Eliane Oliveira, Profª Kelma Matos (Mediadora)

0h00min – Troca de Idéias
10h30min – Intervalo

14h00min – Mesa com o tema – Cultura de Paz na Escola – Prof. Maurício Holanda (SEDUC), Profª Maria do Carmo Bonfim (UFPI), Prof. Harbans lal Arora (UNIPAZ), Profª Daniela Furlani (Mediadora)
16h00min – Troca de idéias
16h30min – Intervalo
16h45min – Socialização de Experiências
17h00min – Troca de Idéias
17h00min – Lançamento do livro – Cultura de Paz, Ética e Espiritualidade – Profª Kelma Matos (UFC) e Prof. Raimundo Nonato Júnior (Organizadores)

Sexta – Feira, 05-11-2010

08h00min – Mesa com o tema – Educação em Valores Humanos – Profª Maria do Socorro Sousa (Programa Cinco Minutos), Profª Marta Viana (Programa de Educação em Valores Humanos Sathya Sai), Prof. Paulo Barros (Programa Vivendo Valores em Educação), Profª Claúdia Pierre (URCA)(Mediadora)
10h00min – Troca de Idéias
10h30min – Intervalo
10h45min – Socialização de Experiências
Profa. Aldenora (EMEIF João Germano), Profª Francisca Gomes (Escola Comissário Barbosa), Profª Luiza Patriota (EMEIF Conceição Mourão)
11h00mim – Troca de Idéias

14h00min – Oficinas

As inscrições das oficinas serão realizadas no dia do credenciamento

1 – Educação em Valores Humanos Sathya Sai Baba – Profª Marta Viana (Representante Regional do Programa de Educação em Valores Humanos Sathya Sai de Fortaleza)

2 – Educação em Valores Humanos Programa Vivendo Valores em Educação – Prof. Paulo Barros (Professor da rede estadual de ensino em Fortaleza, formador do Programa Vivendo Valores em Educação)

3 – Educação em Valores Humanos Programa Vivendo Valores em Educação – Profª Aldenora Uchoa (Diretora Escolar da rede municipal de ensino em Fortaleza, formadora do Programa Vivendo Valores em Educação)

4 – Educação em Valores Humanos Programa Cinco Minutos – Profª Solange Loiola (Supervisora Educacional da rede municipal de ensino em Fortaleza)

5 – Amorosidade e Espiritualidade na Arte de Palhaço – Grupo Fantasia (Sociedade Espírita de Maracanaú)

6 – A Educação do Espírito – Instituto de Pedagogia Espírita

7 – Prevenção do Bullying na Escola – Jackson de Castro (Instituto de Filosofia Espírita do Ceará)

8 – Espiritualidade e Consciência Corporal: Despertando a Criança Interior – Terapeuta Ritha Greene

9 – Tecendo Paz Através dos Jogos Teatrais – Ivanildo Ferreira Arte-Educador

Paz e Bem!


Palestra sobre Pedagogia Espírita - Projeto Filosofia Itinerante

O IFEC, dando continuidade com o Projeto Filosofia Itinerante, realiza, em parceri com o Grupo Espírita Meimei e com o Instituto de Pedagogia Espírita do Ceará, mais um evento relevante para os estudiosos do Espiritismo. No sábado, dia 11 de setembro, das 14:30 às 16:30 realizar-se-á uma palestra com o tema: Pedagogia Espírita e a Educação para a morte, com o palestrante Leno Pinheiro (graduando em Pedagogia - UECE, e membro do IPE). A palestra será realizada no auditório do Grupo Espírita Meimei, cujo endereço é Av. José Leon, 2035, Cidade dos Funcionários, Fortaleza, Ceará.

As inscrições podem ser feitas na livraia do GREME ou no dia do evento (temos vagas para 50 pessoas), no ato da inscrição pedimos a colaboração de um quilo de alimento não perecível, o montante arrecadado será doado à Comunidade Che Guevara, comunidade carente situada em Messejana.

Informações: ifecfilosofia@hotmail.com

Início do Projeto Filosofia Itinerante


Caros,

O GREME - Grupo Espírita Meimei foi o primeiro grupo espiritista que nos recebeu para a efetivação do Projeto Filosofia Itinerante. No dia 27 de julho de 2010, numa noite agradabilíssima, tratamos de uma análise filosófica da Reforma Íntima a partir da Filosofia Moral do Espiritismo. Fomos tão bem recebidos que a palestra teve ainda continuação no dia 03 de agosto, na qual pudemos debater melhor os sub-temas relacionados às questões do auto-conhecimento e evolução moral do ser.

Para aqueles que desejarem ter acesso ao material apresentado nas duas palestras, os slides podem ser baixados no endereço do grupo de discussão do IFEC no Google. Lá é possível fazer o download de outros materiais filosóficos.

Jackson de Castro

Influência do Espiritismo no Progresso da Humanidade

Influência do Espiritismo no Progresso da Humanidade
Por Jackson de Castro
O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por provas irrecusáveis, a existência e a natureza no mundo espiritual, e suas relações com o mundo corporal; ele no-lo mostra, não mais como uma coisa sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente ativas da Natureza, como a fonte de uma multidão de fenômenos incompreendidos, até então atirados, por essa razão, ao domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo faz alusão, em muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que ele disse permaneceram ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave com a ajuda da qual tudo se explica com facilidade (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. I, item 5).
Pelo o exposto acima percebe-se a finalidade e o alcance da Doutrina dos Espíritos, atingindo o aspecto científico dos fenômenos, mas, porém, vai mais longe, deduz desses fenômenos que estuda, as conseqüências morais para a Humanidade, e erra-se quem pensa serem os fenômenos o aspecto mais importante do Espiritismo, sua força é toda moral. Sobre isso, o filósofo José Herculano[1] Pires aponta: “O Espiritismo é uma doutrina que existe nos livros e precisa ser estudada. Trata-se, pois, não de fazer sessões, provocar fenômenos, procurar médiuns, mas de debruçar o pensamento sobre si mesmo, examinar a concepção espírita do mundo e reajustar a ela a conduta através da moral espírita”.
Segundo O Livro dos Espíritos, no item 799, os Espíritos Superiores deixam claro que o Espiritismo contribuirá para o progresso “destruindo o materialismo, que é uma chaga da sociedade, ele faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que ele pode assegurar seu futuro pelo presente. Destruindo os preconceitos de seitas, de castas e de cor, ele ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos”,
Na história da Humanidade, vê-se claramente que as idéias não se espargem senão muito demoradamente, e verdades incontestáveis de outrora caíram por terra, e pensamentos considerados loucos hoje são a expressão da mais pura verdade; hoje o Espiritismo tem o seu lugar de respeito entre os conhecimentos humanos, embora todo um conjunto de preconceitos ainda existentes oriundos mais da ignorância do que do saber. Sobre a evolução das idéias, Allan Kardec[2] aludi: “As idéias não se transformam senão com o tempo, e jamais subitamente. Elas se enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer, pouco a pouco, com aqueles que as professaram, e que são substituídos por outros indivíduos, imbuídos de novos princípios, como ocorre com as idéias políticas. (...) Ocorrerá o mesmo com o Espiritismo; ele fez muito progresso, mas haverá ainda, durante duas ou três gerações, um fermento de incredulidade que só o tempo dissipará”.
Pelo Espiritismo a Humanidade deve entrar numa fase nova, a do progresso moral, que é a sua conseqüência inevitável. Portanto, cessai de vos espantar da rapidez com a qual se propagam as idéias espíritas; a sua causa está na satisfação que elas proporcionam a todos os que as aprofundam, e que nelas vêem outra coisa que um fútil passatempo. Ora, como cada um quer a felicidade antes de tudo, não é de admirar que se interesse por uma idéia que o torna feliz (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Conclusão, item V).
Segundo Allan Kardec[3], são três períodos que se apresentam da o desenvolvimento das idéias espíritas: “o primeiro é o da curiosidade provocada pela estranheza dos fenômenos que se produzem; o segundo, o do raciocínio e da filosofia, e o terceiro o da aplicação. O período da curiosidade passou. A curiosidade não tem senão um tempo e, uma vez satisfeita, muda de objeto para a um outro. O mesmo não sucede com aquele que recorre ao pensamento sério a ao julgamento. Começando o segundo período, o terceiro o seguirá inevitavelmente. O Espiritismo tem progredido, sobretudo, depois que foi melhor compreendido em sua essência íntima, depois que se lhe viu a importância, porque toca o ponto mais sensível do homem: o da sua felicidade, mesmo neste mundo. Nisso está a causa da sua propagação, o segredo da força que o fará triunfar”.
Não é o Espiritismo que cria a renovação social, é a madureza da humanidade que faz de tal renovação uma necessidade. Pela sua potência moralizadora, por suas tendências progressivas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abraça, o Espiritismo, mais que qualquer outra doutrina, está apto a secundar o movimento regenerador; por isso mesmo são contemporâneos. Ele veio no momento que podia ser mais útil, pois também para ele os tempos são chegados; mais cedo, teria encontrado obstáculos insuperáveis; teria sucumbido inevitavelmente, pois que os homens, satisfeitos com o que tinham, não experimentavam ainda a necessidade do que ele traz (A Gênese, Allan Kardec, cap. XVIII, item 25).
Sobre o Espiritismo, Emmanuel[4] nos diz: “(...) O Espiritismo, na sua feição de Evangelho redivivo, pertence ao Cristo e seus prepostos, antes de qualquer esforço humano, precário e perecível. A necessidade imediata dos Arrais espiritistas é a do conhecimento a aplicação legítima do Evangelho, da parte de quantos militem nas suas fileiras, desejosos de luz e evolução. (...) Os fenômenos acordam o espírito adormecido pela carne, mas não fornecem as luzes interiores, somente conseguidas a custa de muito esforço e trabalho individual”.
A aceitação dos princípios espíritas não faz melhores as pessoas, em princípio. A melhoria do Espírito ficará patente quando, em decorrência do esforço individual, a pessoa implementar mudanças no comportamento, as quais garantirão uma verdadeira transformação moral. Neste sentido, os Espíritos Superiores[5] nos alertam: “Se o Espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da Humanidade, claro é que esse efeito ele só poderá produzir melhorando as massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em conseqüência da aperfeiçoamento dos indivíduos. Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade?”.
Emmanuel[6] nos diz ainda numa vez: “Combatendo os vícios e estimulando o desenvolvimento das virtudes, o Espiritismo oferece condições para influir no progresso da Humanidade”.
A crença no Espiritismo ajuda a melhorar-se fixando as idéias sobre certos pontos do futuro. Ela apressa o adiantamento dos indivíduos e das massas, porque permite conhecer o que seremos um dia; é um ponto de apoio, uma luz que nos guia. O Espiritismo ensina a suportar as provas com paciência e resignação. Ele desvia os atos que podem retardar a felicidade futura e é assim que contribui para a felicidade, mas não diz que sem isso não se pode alcançá-la (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, comentário ao item 982).


[1]     Introdução à Filosofia Espírita, José Herculano Pires, Perfil da Filosofia Espírita.
[2]     O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, comentário ao item 798.
[3]     O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Conclusão, item V.
[4]     O Consolador, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, item 218.
[5]     O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 350.
      [6]     Roteiro. Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, cap. 38 (Missão do Espiritismo).

Filosofia Social Espírita - Por Jackson de Castro

Filosofia Social Espírita: análise das desigualdades sociais e das riquezas

1. Desigualdades Sociais
Os homens, incrédulos da providência divina se debatem em idéias materialistas sobre muitos pontos, e, no caso das desigualdades sociais culpam da divindade pelos seus infortúnios no âmbito social. Mas um exame apurado de questão nos revela outra situação bem diferente: as desigualdades sociais são “obra do homem” e não de Deus. A Lei de Igualdade, que é uma lei natural não poderia ter uma contrária à ela, Deus não poderia ser contraditório em suas leis, por isso, a desigualdade das condições sociais é uma lei anti-natural e contingente.
Allan Kardec interpela os Espíritos Superiores sobre a contingência das desigualdades sociais, ao que eles responderam: “De eterno não há senão as leis de Deus. Cada dia, não a vedes diminuir pouco a pouco? Essa desigualdade desaparecerá juntamente com a predominância do orgulho e do egoísmo, e não ficará senão a desigualdade de mérito. Um dia virá em que os membros da grande família filhos de Deus não se avaliarão pelo sangue mais ou menos puro. Não há senão o Espírito que é mais ou menos puro, e isso não depende da posição social”.
Todos os Espíritos têm o mesmo princípio e foram criados “simples e ignorantes”, então as desigualdades sociais não têm a sua gênese na origem dos Espíritos e sim no livre-arbítrio de que se serviram e as diferenças de aptidões oriundas da maior ou menor vivência do Espírito. Sobre isso, os Espíritos Superiores nos dizem: “Deus criou todos os Espíritos iguais, mas cada um deles, tem menor ou maior vivência e, por conseguinte, maior ou menor experiência. A diferença está no grau da sua experiência e da sua vontade, que é o livre-arbítrio: daí, uns se aperfeiçoam mais rapidamente e isso lhes dá aptidões diversas. A variedade das aptidões é necessária, a fim de que cada um possa concorrer aos objetivos da Providência no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais: o que um não faz, o outro faz. É assim que, cada um, tem um papel útil. Depois, todos os mundos sendo solidários uns com os outros, é preciso que os habitantes dos mundos superiores – e que, na maioria, foram criados antes do vosso -, venham aqui habitar para vos dar o exemplo”.
Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto as variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo (As Leis Morais, Calligaris, pág. 138).
Muitos políticos, sociólogos, filósofos e pensadores de toda a ordem imaginam ser a igualdade absoluta uma boa resolução para sanar os problemas sociais, sobre isso, Emmanuel[1] aludi: “A concepção igualitária absoluta é um erro grave dos sociólogos, em qualquer departamento da vida. (...) Nessa questão existe uma igualdade absoluta de direitos dos homens perante Deus que concede a todos os seus filhos uma oportunidade igual nos tesouros inapreciáveis do tempo. Esses direitos são os da conquista da sabedoria e do amor, através da vida, pelo cumprimento do sagrado dever do trabalho e do esforço individual”.
Ainda sobre isso, Allan Kardec[2] pergunta aos Espíritos se a igualdade absoluta das riquezas sendo impossível, ocorre o mesmo com o bem-estar? E obteve a seguinte resposta: “Não, mas o bem-estar é relativo a seria possível a cada um, um dia, se todos o entendessem bem... porque o verdadeiro bem-estar consiste no emprego do tempo de acordo com a vontade, e não em trabalhos para os quais não se sente nenhum gosto. Como cada um tem aptidões diferentes, nenhum trabalho útil ficaria por fazer. O equilíbrio existe em tudo, é o homem quem quer alterá-lo”.
2. Desigualdade das Riquezas
Mesmo a desigualdade das riquezas não sendo obra de Deus, por ser perfeito, ele tudo aproveita para a evolução dos Espíritos, permitindo-os reencarnar na riqueza ou na miséria “para provar a cada um de maneira diferente, aliás, (...) são os próprios Espíritos que escolheram essa prova e, freqüentemente, nela sucumbem”, explica o item 814 de O Livro dos Espíritos.
Muitos se enganam quando tomam ao pé da letra as seguintes palavras de Jesus: “É mais fácil um camelo[3] passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no reino dos céus[4]”, veremos que, conhecendo bem as paixões humanas Jesus sabia bem o que disse, mas, isso é mais um alerta do que um fato determinista.
Se a riqueza devesse ser um obstáculo absoluto à salvação daqueles que a possuem, assim como se poderia inferir de certas palavras de Jesus interpretadas segundo a letra e não segundo o Espírito, Deus, que a dispensa, teria colocado nas mãos de alguns um instrumento de perdição sem recursos, pensamento que repugna a razão. A riqueza, sem dúvida, é uma prova muito difícil, mais perigosa que a miséria pelos arrastamentos, as tentações que da e a fascinação que exerce; é o excitante supremo do orgulho (...) Mas do fato de tornar o caminho difícil, não se segue que o torne impossível, e não possa tornar-se um meio de salvação nas mãos daquele que dela sabe se servir, como certos venenos podem devolver a saúde, se são empregados a propósito e com discernimento (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec, cap. XVI, item 7).
Sobre as tentações a que o rico está exposto, Allan Kardec[5] perguntar aos Espíritos, se, por um lado ele não tem maiores meios para fazer o bem? A que os mesmo responderam: “É justamente isso o que sempre não faz. Ele se torna egoísta, orgulhoso e insaciável. Suas necessidades aumentam com sua fortuna, e crê não haver jamais o bastante só para ele”.
Allan Kardec[6] comenta: “A posição elevada neste mundo e a autoridade sobre seus semelhantes são provas tão grandes e tão difíceis quanto a miséria, porque, quanto mais se é rico e poderoso, mais se tem obrigações a cumprir e maiores são os meios para se fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação, e, o rico pelo uso que faz dos seus bens e do poder”.
A desigualdade das riquezas tem a sua origem no mesmo móvel que gerou todas as desigualdades sociais: o mau uso do livre-arbítrio e a imperfeição gerada pelo egoísmo.
A desigualdade das riquezas é um desses problemas que se tenta em vão resolver, se não se considera senão a vida atual. A primeira questão que se apresenta é essa: Por que todos os homens não são igualmente ricos? Não o são por uma razão muito simples: é que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Aliás, é um ponto matematicamente demonstrado que a fortuna, igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa repartição feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-se possível e durável, cada um tendo apenas com o que viver, isso seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e o bem-estar da Humanidade; que, supondo-se que ela desse a cada um o necessário, não haveria mais o aguilhão que compele às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis (...) (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. XVI, item 8).
O homem não possui de seu senão o que pode levar deste mundo. O que encontra ao chegar, e o que deixa ao sair, goza durante a sua permanência na Terra; mas, uma vez que é forçado a abandoná-lo, dele não tem senão o gozo e não a posse real. Que possui ele, pois? Nada daquilo que é para uso do corpo, tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais (...)[7]. Os bens da Terra pertencem a Deus, que os dispensa à sua vontade, e o homem deles não é senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente. Eles são tampouco a propriedade individual do homem, porque Deus, freqüentemente, frustra todas as previsões, e a fortuna escapa daquele que crê possuí-la pelos melhores títulos[8].
Não podeis servir a Deus e a Mamon; retende bem isto, vós a quem o amor ao ouro domina, vós que venderíeis vossa alma para possuir tesouros, porque eles podem vos elevar acima dos outros homens e vos dar as alegrias das paixões; não, não podeis servir a Deus e a Mamon! Se, pois, sentis vossa alma dominada pelas cobiças da carne, apressai-vos em sacudir o jugo que vos oprime, porque Deus, justo e severo, vos dirá: Que fizeste, dispenseiro infiel, dos bens que te confiei? Esse poderoso móvel das boas obras, não fizeste servir senão à tua satisfação pessoal. Qual é, pois, o melhor emprego da fortuna? Procurai nestas palavras: “Amai-vos uns aos outros”, a solução do problema (...)[9].
Para aquele que se coloca, pelo pensamento na vida espiritual que é indefinida, a vida corporal não é mais que uma passagem, uma curta estação num país ingrato. As vicissitudes e as tribulações da vida não são mais que incidentes que recebe com paciência, porque sabe que não são senão de curta duração, e devem ser seguidos de um estado mais feliz (...)[10]. Aquele que, enfim, está compenetrado de sua essência como Espírito, vê as provas da riqueza e da miséria como simples obstáculos a serem cumpridos para o seu aperfeiçoamento.
 

[1]     O Consolador, Emmanuel, item 56.
[2]     O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 812.
[3]     Corda robusta fabricada com fibras vegetais.
[4]                    São Mateus, cap. XIX, v de 16 a 24.
[5]     O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 816.
[6]     O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, comentário ao item 816.
[7]     O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. XVI, item 9.
[8]     O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. XVI, item 10.
[9]     O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. XVI, item 11.
[10]    O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. II, item 5.

Projeto Filosofia Itinerante



INSTITUTO DE FILOSOFIA ESPÍRITA DO CEARÁ
PROJETO FILOSOFIA ITINERANTE

Coordenação: Jackson de Castro1 e Lúcia Feitosa2

OBJETIVO GERAL:
  •   Contribuir para a divulgação do Espiritismo, através do trabalho conjunto com as casas espíritas do Movimento Espírita Cearense.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
  • Relacionar o Espiritismo com as diversas áreas do conhecimento humano;



  • Divulgar a proposta filosófica do Espiritismo;


  • Analisar o Espiritismo como uma doutrina inserida na cultura humana, mas que é anterior a ela.
EMENTA:

O Espiritismo, caminhando a par com o progresso humano, é solicitado em seu potencial cultural, a dar sua posição sobre os mais variados assuntos nas diversas áreas do conhecimento humano; os aspectos culturais, espirituais e educacionais do Espiritismo agigantam em pensarmos que o processo educativo da reencarnação é um dos formadores do Espírito reencarnante a fim de que possa ser inserido na cultura vigente, mas não só isso, na visão espírita, educar é ajudar o ser a evoluir em suas potencialidades espirituais.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

As atividades do projeto serão desenvolvidas nas seguintes modalidades: palestras, mini-cursos, seminários, congressos, mesas-redondas e artigos no blog do IFEC.

INTRODUÇÃO:

Com o intuito de divulgação do Espiritismo e das suas relações com as mais variadas áreas do conhecimento humano, o Instituto de Filosofia Espírita do Ceará - IFEC, promove o Projeto Filosofia Itinerante, no qual serão desenvolvidos encontros filosóficos como cursos, mesas-redondas, palestras e seminários, no âmbito da espiritualidade e suas relações com as mais diversas áreas do conhecimento.
O projeto visa, com as parcerias das casas espíritas do movimento espírita cearense, realizar encontros semanais ou quinzenais sempre em um local diferente, procurando divulgar a proposta filosófica do Espiritismo para os mais variados públicos, inclusive o público acadêmico, uma vez que se pretende realizar palestras e seminários também nas universidades, como UECE e UFC.
As inscrições para os eventos itinerantes podem ser feitos na sede do IFEC, rua Alves Ribeiro, 833, Messejana, às segundas, quintas, sextas-feiras e sábados, sempre à noite (19:00), ou no dia do evento, se ainda houverem vagas; o valor da inscrição será de um quilo de alimento não perecível, ou algum valor simbólico em dinheiro estipulado pela coordenação do evento.
Serão trabalhados eixos temáticos como: Filosofia e Sociologia da Educação, Filosofia Social e Política, Bioética e Espiritualidade, Filosofia da Religião e Religiões Comparadas, Ética, História do Espiritismo, Filosofia da Mediunidade, etc.

RECURSOS MATERIAIS:



  • Datashow


  • Pincel


  • Quadro Branco


  • Textos Impressos


  • Computador
GRADE DE PROGRAMAÇÃO

PROJETO FILOSOFIA ITINERANTE
ATIVIDADE
CONVIDADO(S)
DATA / HORA/VALOR
LOCAL
Palestra: Compreendendo as Relações entre o Espiritismo e Eu (Uma análise filosófica da Reforma Íntima através dos ensinos morais do Espiritismo)
Jackson de Castro
(graduando em Filosofia – UECE)
27/07/10
19:30 às 21:00
Sem taxa
Grupo Espírita Meimei
Av. José Leon, 235,
Cidade dos Funcionários
Palestra: Desafios da Ética Pós-moderna na Era do Espírito
Jackson de Castro
(graduando em Filosofia – UECE)
07/08/10
15:00 às 17:00
Dois quilos de alimento
IFEC
Rua Alves Ribeiro, 833, Messejana
Mesa-redonda: O Encontro com o Outro na Ética de Emmanuel Lévinas
Jackson de Castro (graduando em Filosofia – UECE) e Filipe Caldas (mestrando em Filosofia – UECE)
17/08/10
19:00 às 20:30
Um quilo de alimento
UECE
*Palestra: Introdução ao Estudo da Filosofia Oriental
Sésio Santiago

28/08/10
15:00 às 17:00
Um quilo de alimento
GEPE Água Fria


*Atividades passíveis de confirmação.
1 Graduando em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará; fundador e vice-presidente do IFEC.
2 Pós-graduada em Arte-Educação, formada em Pedagogia; fundadora e presidente do IFEC.

Uma concepção existencial do educando como um ser reencarnado

Por Jackson de Castro

José Herculano Pires, filósofo espírita e educador brasileiro, diante do pressuposto dialético de que o “educando é um ser reencarnado”, surpreendeu até mesmo os próprios espíritas, que, embora estivessem acostumados às idéias reencarnacionistas, não haviam, até então, voltado seus olhares para as implicações pedagógicas de tal prerrogativa. Aliás, a própria idéia de reencarnação não é nova na história humana, pois encontramo-la já difundida por Pitágoras, que, a seu turno, foi fortemente influenciado pela teologia indiana dos Brâmanes. A própria maiêutica socrática somente se justifica pelo inatismo das idéias do intelocutor, que, sendo uma alma com experiências anteriores, por um processo dialético, poderia ter acesso a essas reminiscências; encontramos a justificação dessa idéia em Platão, Plotino e Porfírio.

O pressuposto básico de Herculano Pires é o de que o educando é um ser reencarnado, e não é uma tabula rasa. Traz, ao renascer para uma nova experiência física, uma gama de conhecimentos intelecto-morais que, mesmo adormecidos, podem ser trabalhados no processo educativo, a fim de que o educando consiga cumprir sua tarefa de auto-aperfeiçoamento que justifica a sua reencarnação. Não há tentativa de provar a existência metafísica do Espírito, mas sim, a preocupação desse ensaio é com as conseqüências pedagógicas que essa idéia de Herculano traz. Parte-se do conceito de existência em que Herculano chega a um conceito de interexistência, a fim de compreender as novas visões oferecidas pelo filósofo sobre o educando, o educador e o processo ensino-aprendizagem.

Mas a questão que se impõe aqui deve ter um certo grau de gravidade, que se não coloca cores berrantes no conjunto das pedagogias conhecidas, faz ao menos movimentos perturbatórios da nossa paz de pantanal a respeito da educação. Sendo, o educando, um Espírito reencarnado, deve isso mudar as possibilidades de ensino que, em última instância, deve respeitar-lhe o viés espiritual, e mais ainda o conjunto de experiências negativas e positivas que angariou ao longo de seu aprendizado fora dos domínios fenomenológicos da matéria. Contudo, dirão muitos, isso não passa de mera especulação metafísica, deve não merecer maiores considerações pedagógicas. Disso resulta a seguinte questão: “como comprovar a instância espiritual do homem?”. Isso não nos cabe, infelizmente, neste ensaio. Contudo, serve-nos como parâmetro de estudos mais aprofundados a respeito. O que pretendemos, fundamentalmente, é analisar o pensamento de José Herculano Pires, filósofo contemporâneo, sobre a educação no viés espírita. Para aqueles desejosos de se aprofundarem na pesquisa ontológica acerca da existência do Espírito, indicamos O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, e Fatos Espíritas, de William Crookes; dois verdadeiros tratados da fenomenologia das comunicações entre os dois planos da existência.

Herculano Pires foi, de alguma sorte, um dos iniciadores da Pedagogia Espírita. Nosso trabalho se pauta em sua obra em que lança a base de suas idéias educacionais: Pedagogia Espírita.

Se, o educando é um Espírito reencarnado, então, há muito a se pensar a respeito do processo educativo: a) as dimensões do homem se encerram no reconhecimento pelos outros do corpo humano – como queria Sartre em O Ser e o Nada? - ; b) como se dá então, o processo ensino-aprendizagem nessa perspectiva?; c) qual o papel da escola?; d) e o dos professores e alunos?. Enfim, muitas perguntas podem ser feitas sem que necessariamente encontremos a resposta, mas são, de alguma sorte, inevitáveis.

Nesse sentido, Pires (1985: 20), faz a seguinte alusão: “É evidente que as dimensões da educação decorrem das dimensões do homem. Se o homem pode ser encarado, tanto espiritual como socialmente, numa perspectiva de sucessões dimensionais, então o processo educativo também será susceptível dessa visualização”. José Herculano Pires, ao afirmar tal idéia, parece-nos, a primeira vista, não como uma novidade; entretanto, é forçoso considerar que, em nossos erros e acertos ao longo da História da Educação, parece que às vezes esquecemos da prerrogativa de que a educação é feita para o homem, e pelo homem se justifica; nesse caso, a pedagogia, que são as técnicas educativas, deve estar voltada para suprir as necessidades do educando em seu processo cognitivo.

Sobre isso, Herculano Pires (1985: 21) nos diz:

“A educação depende do conhecimento menor ou maior que o educador tenha de si mesmo. Porque conhecer-se a si mesmo é o primeiro passo do conhecimento do ser humano. A Humanidade é uma só. O ser humano em todas as épocas e em toda parte, foi sempre o mesmo. Sua constituição física, sua estrutura psicológica, a raça ou nacionalidade, de cor ou tamanho são apenas acidentais. Por isso, a Educação é universal e seus objetivos são os mesmos e, todas as épocas e em todas as latitudes da Terra”.


Com efeito, a educação é um processo meramente humano; com essas palavras, Herculano Pires também alerta sobre o preparo, por assim dizer, psicológico do educador. Ora, se a educação é um processo eminentemente humano e pelo homem se justifica, Herculano alerta que o conceito de existência que se tenha do homem interfere em muito na visão educacional da humanidade; daí ser o conceito de interexistência abordado por esse filósofo contemporâneo, um dos pontos centrais de suas idéias educacionais. Contudo, muito mais do que uma prerrogativa existencial, esse conceito guarda um profundo sentido pedagógico. Uma vez que existir, quer seja no plano material ou na esfera espiritual, representa um processo educativo, pois o ser somente justifica a sua existência pelo objetivo de auto-aperfeiçoar-se, desenvolvendo as suas mais diversas faculdades.

Ver-se-á que a proposta educacional de Herculano não se configura num método pedagógico, mas a sua grande contribuição é oferecer uma nova perspectiva sobre o educando, o educador e processo ensino-aprendizagem. Por consequência, o papel da escola será o de formadora de cidadãos ético-morais muito mais do que de cumpridora de currículos escolares.

A preocupação filosófica com a educação, sem dúvida, ocupa grande espaço na História da Filosofia, uma vez que trata não somente de uma pedagogia que dê conta do método educacional, mas da própria cultura que é repassada às gerações posteriores através do educar; vê-se, desde logo, que a educação é bem mais do que um processo de sala de aula, mas se estende para o conjunto de atividades sócio-culturais do indivíduo lançado na existência.

“A inquietação do pensamento atual, em busca de uma Filosofia da Educação que corresponda às exigências do mundo em transformação, resulta, não só do fato mesmo dessa transformação, como também da falta de unidade com respeito aos problemas a serem postos em questão” (PIRES, 1985:22).

Com efeito, percebemos que o processo de educar, do ponto de vista formal, decorre de teorias da educação, que vêem o homem de maneiras as mais diversas possíveis. Para uns, o homem é apenas uma máquina feita de matéria, para outros, é um ser divino com destinação fixada no além-túmulo; para o Espiritismo, porém, o homem não é outro senão um Espírito encarnado cujo destino é a felicidade segundo tenha agido. Daí observamos que uma teoria educacional não está separada do conceito de ser existente que se tenha do homem; conceito esse que parte da sua essência, ou seja, responde à pergunta: o que é o homem? Chegando ao conceito de existência humana, que para Herculano estaria assim posta essa resposta: a essência precede à existência. Embora a Filosofia Interexistencial de Herculano seja profundamente influenciada pelos filósofos considerados existencialistas como Sartre, Simone de Beauvoir, entre outros, a filosofia herculaniana possui características próprias, justamente por não se limitar ao campo da matéria para a análise da existência. O preceito supracitado revela um profundo sentido pedagógico, e, quando falamos em educação e pedagogia a partir da Filosofia Espírita da Educação, não entendemos apenas os processo cognitivo da aprendizagem formal, mas o sentido mais amplo do “pedagógico” no Espiritismo é a própria evolução do Espírito.

Hoje, a Parapsicologia vem nos alertar que o homem possui percepções extra-sensoriais, que expande seu campo perceptivo para além das esferas meramente físicas, que a própria sede da mente não estaria no cérebro, o que Descartes já falava. A própria reflexão filosófica do pensamento humano, não raras vezes, chegou à compreensão do homem como um ser não apenas material, nesse sentido destacamos Plotino, Agostinho, Pitágoras, etc.. Na Filosofia Espírita da Educação, representada no nosso trabalho pelo filósofo José Herculano Pires, é exatamente assim que se passa: o homem é um ser reencarnado, que possui em imanência, ao nascer, todo o conjunto de suas experiências pretéritas, intelecto-morais, com o intuito de continuar seu aperfeiçoamento. Se, o educando é realmente um Espírito encarnado, só isso já é o suficiente para mudarmos completamente a nossa forma de ver a educação. Se para alguns pensadores isso não é senão um assunto de metafísica, e, portanto, não merece atenção, para outros, como o professor francês Denizard Rivail, o escritor inglês Arhur Conan Doile, o cientista inglês Sir William Crookes e os filósofos José Herculano Pires e Ernesto Bozzano isso é tão lógico como o pensamento é um atributo do ser humano. Aliás, veremos que a Filosofia Espírita não cria tal conceito, que já existia desde mesmo a Filosofia Oriental, passando por Pitágoras, até chegar em Sócrates e Platão.

Se o homem não é só matéria, mas também é espírito, então estamos enveredando para o cominho que busca compreendê-lo em sua integralidade; essa é, sem contradita, uma das propostas centrais do Espiritismo: contribuir para uma compreensão integral do ser humano, extrapolando os círculos estreitos com as concepções materialistas de todos os tempos que o reduziram.

É necessário lembrar que a filosofia continua sendo um caminho essencial para se compreender a significação do mundo e do lugar que ocupamos nele; com efeito, a educação se impõe nesse processo de compreensão do mundo, bem como do próprio homem. As reflexões empreendidas pelos grandes pensadores – muitos dos quais são ignorados pela História – sempre serão o veículo a partir do qual abriremos caminho para as novas questões filosóficas que se apresentam em nosso tempo. Com o advento do Espiritismo, e sua publicação fundamental O Livro dos Espírito (1857), bem como a própria história do Espiritualismo, o mundo teve de voltar sua atenção ao problema do ser na existência não mais como um ser biológico apenas, mas também como um ser espiritual.

O momento atual da filosofia encara as concepções da Filosofia Espírita, com todas as contribuições que a dialética pode oferecer, porque a indiferença filosófica ao posicionamento dessa filosofia frente ao mundo, seria, no mínimo, uma atitude anti-dialética. O pensamento de Herculano segue exatamente o parâmetro do espírito iniciado pelo Espiritismo, contudo, ao refletir sobre as implicações pedagógicas deste novo paradigma, esse filósofo não espera com isso fazer proselitismo em favor da doutrina em que reconheceu um decisivo processo gnoseológico no desenvolvimento humano, a sua maior preocupação é com a evolução do ser e quais os aspectos que podem contribuir com essa evolução. Encerramos este trabalho transcrevendo uma frase de Herculano contida na obra Pedagogia Espírita, e que entendemos resumir a uma só vez o que é o aspecto educacional do Espiritismo: “Espiritismo é educação. Educação individual e educação em massa”.